Fátima da Silva - em prosa e verso

A poesia me transforma. Ler poesia é transformar a alma em música.

Textos

Um conto real.
Tenho treze anos. Meu nome? Nena. Legal, isso de ter treze anos, né?
As pessoas nos olham como se fóssemos invencíveis. Mas não é bem assim.
No ano de 1890, aconteceram várias coisas na minha vida. Tentarei contar uma delas.
Morávamos em uma fazenda. Andando à cavalo, descubri uma gruta.
Resolvi explorá-la juntamente com minha prima.
No primeiro dia, chegamos somente até a entrada, estava muito escuro. Ficamos com medo. No dia seguinte, voltamos. Voltamos com todos os aparatos necessários para uma verdadeira aventura embaixo da terra. A aventura foi inesquecível.
Na entrada da caverna, deixamos uma pedras brilhantes, caso acontecesse alguma coisa, as pessoas nos achariam.
Marcamos a entrada e todo o caminho percorrido. Não vimos nada de interessante, a não ser, muita umidade. Quando resolvemos voltar, a aventura começou.
As pedras brilhantes haviam desaparecido. Entramos em pânico. Não achávamos o caminho de volta.
Começamos a caminhar sem saber para onde...
Leila, minha prima, avistou uma luz, corremos para lá. Encontramos um grupo de homens da caverna. Ficamos assustadas, porém eles estavam mais apavorados do que nós duas. Quando perceberam que estávamos sozinhas, vieram até nós. O medo tomou conta do nosso corpo.
Resolveram nos sacrificar ali mesmo. Prenderam-nos em uma caixa e foram até a entrada da caverna para conferir se estávamos realmente sozinhas. Minha prima começou a chorar. Estava apavorada. Tentei acalmá-la, parecia impossível e ao mesmo tempo inacreditável o que estava acontecendo.
De repente, uma luz muito forte apareceu sobre nós. Aquelas pessoas começaram a nos olhar e falar várias coisas ao mesmo tempo. O pavor novamente nos invadiu.
Uma voz feminina foi ecoada. Não tinha visto nenhuma mulher ali.
Perguntou por que estávamos ali:
- Estávamos brincando de explorar cavernas...
- Mais alguém sabe sobre a caverna.
- Não, não falamos nada para ninguém.
Depois desta conversa, nos libertaram. Prometemos que não voltaríamos e nem contaríamos para ninguém.
Fomos colocadas dentro de um saco e quando sentimos o calor do sol, abrimos e percebemos que estávamos livres.
Jurei silencio e cumpri com o juramento. Minha prima, ainda apavorada, contou para o seu pai sobre a caverna.
Ele chamou alguns homens da fazenda e foram em busca da "tal gruta". Não achou nada.
Tentei voltar, não encontrei o caminho.
Meses depois, minha prima desapareceu. Nunca mais a encontramos.
Procurei várias vezes a entrada da gruta,, não achei. Acreditava que, se achasse a gruta, acharia minha prima.
Andei sempre pelo mesmo caminho. Um dia, sentada próxima a uma rocha, ouvi uma voz me chamando:
- Nena, não se preocupe, estou bem.
Tentei reconhecer, não consegui. Até hoje, ninguém achou a gruta, ninguém sabe o que aconteceu com minha prima.
Eu não comentei com ninguém sobre a nossa aventura. Perguntaram eu disse que nada sabia.
O medo e o pavor, ainda tomam conta de mim.

Fátima da Silva
Enviado por Fátima da Silva em 16/11/2009
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